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sábado, 10 de abril de 2010

o reencontro de almas gémeas






Olhava para o céu estrelado que iluminava a noite ruidosamente silenciosa do Dundo. Os grilos cantavam por entre o folhear da ramagem da Natureza. A água comove a pele áspera dos seus pés. Libertam-se rastos de cansaço em pés empoeirados. A piscina emana uma humidade aquecida. A Lua aquece-lhe a alma. Vê-a no céu e na água. Reflexos…imagens. Imaginação porventura. Na água um reflexo…era Lukeny que aparecia no espelho de água por debaixo de uma lua cheia.
-Com que então pensavas que eu não te encontrava?
-Nunca duvidei que me encontrasses...apenas que viesses!
-Menos mal! Mas porque não viria?
-E porque virias?
-Ando à procura do meu coração…
-E está aqui?
-Está mesmo à minha frente…disse empurrando o nó que tinha na garganta para o exterior. Nunca pensou declarar-se daquela forma a uma mulher. Estaria a lua a lançar-lhe um feitiço sobre o olhar atento das estrelas. Existiria mesmo um feitiço das quiocas? O coração batia descompassado à espera de uma resposta de Lueji. Esta corava até à raiz dos cabelos, sufocava no silêncio que parecia consumir-lhe as palavras que teimavam em manter-se presas ao inaudível. Cansou-se de esperar pelas palavras que não saíam. Então Lueji?
-Eu? Eu...
-Tu...tu...disse enquanto se virou para a rua...vou-me embora!
-Vais?
-Vou...disse enquanto se afastava lentamente em direcção à porta. No corpo transportava o desalento e a tristeza...enquanto Lueji o via desaparecer em direcção à rua. Na piscina a sua sombra deixou de existir...apenas a lua continuava a brilhar.Não sabia o que sentia ao certo por ele. Mas naquele momento tinha vontade de estar ao lado dele. Faltaram-lhe as palavras; mas baixinho disse:
-Quero estar ao teu lado, só isso.
E as suas palavras ditas na forma de uma confidência tímida criaram uma ondulação na água da piscina...Esticou-se mais sobre a cadeira...
-Deuses do amor onde andais? Ajudem-me! Não há forma de eu dar um final feliz à minha história de amor?